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“O Teatro Mágico” lota Theatro Pedro II durante o sexto dia da FIL

Com música, poesia, teatro e circo, show do grupo “O Teatro Mágico” bate recorde de público na 23ª FIL. A escritora Geni Nuñez na Sessão Filosofia, oficinas e espetáculos infantis foram outros eventos concorridos na festa literária de Ribeirão Preto nesta terça-feira (6/8)

Show Teatro Mágico (Foto: Sté Frateschi)

“Por que é que não se junta tudo numa coisa só?”, perguntou Fernando Anitelli, líder do grupo “O Teatro Mágico”, abrindo com a canção “O tudo é uma coisa só” - clássico da banda -, durante a noite que encheu de alegria e encantamento a sala principal do Theatro Pedro II nesta terça-feira (6/8) na 23ª FIL - Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto. Por mais de duas horas, o artista conduziu a plateia numa viagem mágica pela música, poesia, teatro, circo e ao cancioneiro popular, com participação da cantora Nô Stopa, com quem Anitelli divide composições e arranjos ao longo da carreira, Andrea Barbour (performance e números aéreos) e Mateus Bonassa (Palhaço Toicinho).

Show Teatro Mágico (Foto: Sté Frateschi)

O grupo entregou um espetáculo vibrante, afetuoso, colorido em sons e figurinos e totalmente interativo, com a participação da plateia do começo ao fim, sob a regência de Fernando Anitelli nas ligações entre música, partilha de histórias da banda, brincadeiras com o público e teatralidade lúdica. No repertório, mistura de sucessos como “Camarada D'Água”, “O anjo mais velho”, “Pena” e "Zaluzejo”, às novas composições “Camalear”, “Nosso pequeno castelo” e “É Ela” que estão no álbum “Histórias para Cantar”, álbum solo de Fernando Anitelli, lançado no final de 2023 em comemoração aos 20 anos de carreira. O público lotou também a Tenda Sesc - na Esplanada do teatro -, onde o show foi transmitido por telão. Ao final do show Fernando Anitelli recomendou ao público que todos incentivem seus filhos a fazerem arte. “Eu tive todo apoio do meu pai e da minha mãe na minha vida. Então, se seu filho estiver se envolvendo com o lado artístico: confia, acredita, impulsiona”, disse.



 

Descolonizando afetos

Geni Nuñez na Sessão Filosofia (Foto: Sté Frateschi)

A programação do dia trouxe também a escritora Geni Nuñez que esteve no auditório Meira Junior na Sessão Filosofia. Na conversa em torno de suas pesquisas para o livro “Descolonizando Afetos: experimentações sobre outras formas de amar”, Geni disse ter se emocionado com sua experiência na FIL, “lembrando e honrando a desobediência dos guaranis aos jesuítas”. A fala refere-se ao regramento que os religiosos portugueses insistiram em impor aos indígenas no processo de catequização colonial, mas que foram refutados pela tribo. “O sonho da monocultura é o de que haja também monocultura de fé e de afetos. Essa colonização não acabou”, enfatizou a escritora em defesa da descolonização em diferentes esferas humanas.

Geni Nuñez na Sessão Filosofia (Foto: Sté Frateschi)

Também poeta, Geni Nuñez leu três de seus poemas, respondeu perguntas da plateia e destacou a importância de o Brasil repensar o relacionamento com seus povos originários. “O caminho não é trocar modelos, mas, sim, repensar o modelo vigente no Brasil em relação aos indígenas. O sonho de dominação é do branco. Nossas lutas visam libertar as prisões que a próprias normas vivem. A demarcação de terras indígenas, por exemplo, não têm caráter de dominação, mas de redução de danos”, sublinhou Geni Núñez, que pertence à etnia Guarani, é doutora em Psicologia Social e ativista dos direitos indígenas.

 

Outras possibilidades de literatura


Oficina "Presença de Palco Destravando o Corpo e as ideias" (Foto: Lucas Batista)

Nem só de atrações literárias é composta a programação da FIL. A todo momento, em diversos espaços, há uma oficina sendo realizada e chamando a atenção do público. Foi assim na tarde de terça-feira (6) no Espaço Favela CUFA, instalado no coreto da Praça XV de Novembro, onde o produtor cultural e mestre de cerimônias Cael comandou a oficina Presença de Palco: Destravando o corpo e as ideias. “Faço um trabalho mais descontraído, sugerindo às pessoas para alongarem e distensionarem o corpo e a mente. Isso vale para tudo na vida e devemos praticar sempre antes de sair de casa, para nos preparar para o que o dia vai nos oferecer”, comentou Cael.

Como cultivar uma horta caseira (Foto: Lucas Batista)

No Estande Senac, um grupo de 20 jovens do projeto RASC (Rede de Assistência Social Cristã) ouvia atentamente as explicações sobre como cultivar uma horta caseira. “Uma atividade simples, que democratiza o acesso aos alimentos e nos coloca em contato com a natureza. Vou experimentar fazer em casa”, disse a professora do RASC, Lara Abonísio.


No Espaço Ambient de Leitura, na Esplanada do Theatro Pedro II, muita música, humor e acrobacias alinhavaram o espetáculo circense Navegantes, com a Rué La Cia, que divertiu o público em duas sessões. “Saí do trabalho e resolvi parar para ver a apresentação. Foi surpreendente encontrar esta opção na praça porque é muito importante termos este contato com a arte”, disse a comerciária Rosemeire Dunque Gonçalves, que se divertia ao lado das filhas Luiza, 3 anos, e Sofia, de seis.

 

Espetáculo circense Navegantes, com a Rué La Cia (Foto: Sté Frateschi)
Contação de histórias Pirombeta (Foto: Sté Frateschi)

Se o público fica feliz em encontrar artistas logo ali, ao alcance do olhar, para quem faz arte este contato também é especial. “É incrível poder apresentar nosso trabalho assim, tão próximo do público. Esse contato é o nosso presente. Aqui colocamos em prática tudo aquilo que a gente ama e acredita. Sem dúvida, é o momento mais precioso do artista”, disse a atriz e contadora de histórias Fer Soto, que conduziu a contação de histórias Pirombeta, contos de esperteza, no Espaço Usina do Saber.

 

Música e Literatura

Chris Fuscaldo e Kamille Viola na Tenda Sesc (Foto: Sté Frateschi)

Na tenda Sesc, também na Esplanada, o bate-papo musical com as jornalistas e escritoras Chris Fuscaldo e Kamille Viola atraiu quem gosta de conhecer histórias sobre artistas e suas obras. Nesse encontro, Gilberto Gil e Jorge Ben Jor foram os destaques, a partir dos livros das convidadas. Kamille é autora de “África Brasil: um dia Jorge Ben voou para toda a gente ver”, em que aborda o disco “África Brasil”, de 1976, considerado marco na carreira de Benjor; enquanto Fuscaldo escreveu “Refazenda: o interior floresce na abertura da fase ‘Re’ de Gilberto Gil”. O título remete à Refazenda, Refavela e Realce, etapas que são centrais na história artística do compositor baiano.

Lançamento do livro com alunos da Unaerp (Foto: Barbara Santos)

A 23ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto segue até domingo (11/08). A programação reserva inúmeras atividades para crianças, jovens, adultos e idosos. A organização e realização do evento é da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto e é possível conferir a agenda completa no endereço eletrônico www.fundacaodolivroeleiturarp.com.

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