“Pequenas mudanças podem gerar grandes impactos e fazer a diferença para todos os envolvidos”, comentou Gleice Priscila durante curso
- pauta15
- 27 de mar.
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O último curso sobre “Desenvolvimento de projetos culturais acessíveis” aconteceu na última quarta-feira (26), na Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto. O encontro abordou a acessibilidade para pessoas com deficiência visual e contou com a participação da psicóloga Vitória Santos e da estudante de jornalismo Gleice Priscila, deficiente visual que atua na área de tecnologia assistiva (o termo TA é utilizado para identificar recursos e serviços voltados às pessoas com deficiência, visando propiciar autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social).
No encontro, a psicóloga Vitória Santos sensibilizou os participantes ao destacar os aspectos técnicos que contribuem para a promoção da acessibilidade em eventos culturais. Para ela, a acessibilidade não apenas permite a participação de pessoas com deficiência visual nas atividades culturais, mas também fortalece o direito à cidadania. “Ambientes acessíveis proporcionam experiências enriquecedoras e ampliam o contato com diferentes expressões artísticas”, afirmou.
Entre as adaptações consideradas essenciais para a acessibilidade em eventos, Vitória Santos destacou o uso de guias e mapas táteis para facilitar a locomoção em grandes espaços, audioguias internos para descrever exposições, espetáculos e obras de arte, além de tecnologias assistivas, como softwares de reconhecimento de voz que convertem texto em áudio. A psicóloga também ressaltou a importância de programas de acessibilidade sensorial, que exploram o tato e o som para ampliar a experiência deste público.
A estudante de jornalismo Gleice Priscila, que também participou do encontro, destacou uma iniciativa do Instituto Figueiredo Ferraz, que, em 2023, promoveu uma exposição acessível para pessoas com deficiência visual. “Eles prepararam uma maquete tátil do museu e de algumas pequenas obras, permitindo que os visitantes tocassem e percebessem a estrutura arquitetônica do espaço e das peças expostas. Além disso, utilizaram audiodescrição, descrições em braile e recursos sensoriais nas obras”, exemplificou, deixando um recado para os produtores e gestores culturais que ainda não priorizarem a acessibilidade em seus projetos: “A partir do momento em que temos um olhar empático e sensível para as dificuldades do outro, automaticamente entregamos um serviço de maior qualidade para todos. Pequenas mudanças podem gerar grandes impactos e fazer a diferença para todos os envolvidos”, concluiu.